quarta-feira, 24 de abril de 2013


naquele lugar maldito e encardido
porém bonito
tinha uma árvore
só.
uma árvore e mais nada.
terra, folhas, mato
prenchendo espaço.
o lugar,
onde nada era tão igual
e de repente
vazio, vazio
prenchendo espaço!
mas que lugar tão fácil!
de se achar, se perder
mas que lugar tão trágico
e errato.


Meus quatro janeiros.
Aquele teu cheiro.
O canto da morte.
Amar-te.

Em folhas de papéis reciclados
ponho-me a escrever teu nome.
Em tinta preta e aguada
dos meus olhos encharcados.
Vê, tenho as pálpebras já roxas.
Tenho manhãs de quem não dorme.
De pensar só no teu nome.
Teu nome, teu nome, teu nome.
É tudo que me soa coerente.
Sentir mas não dizer o que sente!
Mentir?
E na gélida madrugada.
Eu, só e embriagada.
Escreverei teu nome.
Agora em tinta vermelha
manchada de sangue.


Doa a quem doer:
Prefiro o bombardeio sanguíneo do tesão
Do que lutar de luva na mão
( e eu continuo me doando)…

A força é na cabeça
Desconfio de quem tem certeza.
Leio os livros
Para queimá-los.
Com os fundamentalistas eu fodo gostoso
Meu mundo é o do gozo.
É preciso jogar tudo pela janela
Pra não se jogar dela.
Partir é bom caminho
Partir-se, q u e b r a r
Delírios mente-solidão
Fazer-se entender é vão

mingua


A lingua quando cala
O esplêndido do dia
Amargura
noite fria
teu calor em outras mãos…

te


Te li.
Aquela noite.
Mendigos no bar.
Amar.
Era pra mim inexistente.
Vamos fazer um poema?
É assim: pego minhas frases
e calo na tua boca.